Autor: RoyGbiv-MLP
Tradução: Drason
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Autor: RoyGbiv-MLP
Tradução: Drason
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Autor: RoyGBiv-MLP
Tradução: Drason
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O Fandom brasileiro de MLP pode até ser recente, mas já possui o porte de várias comunidades estrangeiras criadas há muito mais tempo. Um exemplo disso é a quantidade de materiais elaborados por fãs que já pode ser encontrado, como comics, artes, histórias, dentre outros. No entanto, quando o assunto é fanfic, às vezes pode haver dificuldades para o autor transmitir as ideias de seu conto. Para auxiliar os escritores, o bronie Grivous elaborou um ótimo tutorial que irá ajudar a todos que queriam escrever uma fanfic, mas não sabia por onde começar. Boa leitura!
Autor: GRIVOUS
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“Fanfic é a abreviação do termo em inglês fan fiction, ou seja, “ficção criada por fãs”, mas que também pode ser chamada do Fic. Trata-se de contos ou romances escritos por terceiros, não fazendo parte do enredo oficial dos animes, séries, mangás, livros, filmes ou história em quadrinhos a que faz referência, ou uma história inventada por eles. Os autores dessas Fics são chamados de Fictores.” – Wikipédia
Uma fanfic é um mero conto literário, feito por fãs para fãs. Fãs que compartilham pelos mesmos interesses de histórias e personagens conhecidos.
Assim como um livro, a fanfic aborda mundos e universos que você acha interessante que em seu show favorito tome um rumo diferente do que é de costume. Aquela vontade de fazer com que certo leitores se emocionem com o que você está escrevendo; que se envolvem com os personagens que você escolheu ou que você inventou; que se choquem com a sua forma de se expressar em seu conto. É você chamar atenção do leitor e, ao mesmo tempo, expressar o que você sente para ele sentir o mesmo que você.
Fanfic é uma forma literária de você se expressar o que você sente. É uma idéia que você quer compartilhar com outros que pensam na mesma coisa. É interagir com os pensamentos dos leitores, fazendo eles acreditar no que escreve. É a arte de fazer filmes… com palavras.
Se você sente aquela vontade de se expressar, mas não sabe desenhar, cantar, ou mesmo tocar um instrumento, aqui você tem chance de se destacar.
Se você está preparado para escrever uma fanfic, leia as dicas abaixo para orientar-se e pôr a mão na massa.
Como planejar sua história:
=> Escolha de Personagens:
A escolha de personagens parece ser uma etapa fácil para crianção do seu primeiro conto, mas sinto dizer que não é.
É uma etapa difícil, mas é mais fácil do que criar o seu próprio.
A escolha de personagens já criados do show involve compreensão de suas ações e de suas principais características para fazer um diálogo fluir naturalmente como uma nascente de um rio.
Ao escolher um personagem(ou mais), várias perguntas tem que se feitas a si mesmo para compreender o personagem e o que ele tem a oferecer a sua história:
“O que ele faz?”, “Quais suas características?”, “O que faz ele ser diferente dos demais?”, “Quais são seus medos?”, “Quais são seus desejos?”, “Ele é engraçado ou sério?”, “Ele é extremamente tímido ou abertamente extrovertido?”, “O que ele gosta?”, “O que ele não gosta?”, e várias outras que você irá se perguntar conforme “mergulha” fundo em seus pensamentos e em sua essência.
Com isso, poderá compreender o que o personagem possivelmente fará no ato seguinte, sem forçar a história para a cena acontecer.
Poderiamos usar, como exemplo para um curto diálogo, a Pinkie Pie e a Applejack.
Pinkie Pie é uma personagem alegre, sempre disposta a ajudar os outros e fazerem eles sorrirem, não importa como. Está sempre sorrindo e rindo. Em seus diálogos envolve assuntos aleatórios e dinâmicos, a ponto de confundir as pessoas por mudar quase sempre de assunto. Ela adora cantar, não importa o tipo de música, o que ela quer é fazer outros personagens sorrirem.
Applejack é uma personagem séria e carismática. Quando o assunto é trabalho e confiança, ninguém a supera. Num jeito bem interior e chamativo, ela orienta seus amigos com histórias cativantes e é sempre a primeira a dar o primeiro “casco” para ajudar alguém em dificuldades. Ela acredita que, através do trabalho duro e da confiança de seus amigos, pode-se conseguir tudo e um pouco mais.
Podemos seguir com um curto diálogo? Um exemplo segue-se abaixo:
“EI, APPLEJACK!”
“HÃ?! QUÊ?!” ▬ Applejack se desconcentrou e acabou dando um coice forte demais na árvore. A árvore sacudiu muito e, como uma chuva passageira, caiu todas as maçãs em cima dela.
A pônei que apareceu de repente, quebrando sua concentração, era rosa. Quando ela viu o que aconteceu, não se segurou.
“UAU! Como você é forte, Applejack! Numa única pancada, caiu todas essas maçãs?! Que massa!! Você faz isso com todas as macieiras da fazenda? Deve dar um trabalho que só! Imagina! Tirar TODAS essas maçãs de suas árvores, catar TODAS essas maçãs para o celeiro, selecionar TODAS essas maçãs para separar as bonitinhas das feiosas e as feiosas das bonitinhas, entregar TODAS essas maçãs para–”
Applejack ergue sua cabeça no meio das maçãs caídas, algumas ainda ficam empilhadas em cima de seu chapéu. A pônei rosa teve uma pontada. Tentou segurar o riso, mas foi em vão.
“HAhahahaha! Você parece a Carmín Quitanda! Hilário! Hahahaha! Se bem que a Camín Quitanda usava bananas na cabeça ao invés de maçãs. Espera! Ela também usava abacaxis, se me lembro bem. Ai! Era difícil prestar atenção em sua cabeça se o que chamava mais era os seus cascos, né?! Nunca vi um pônei sambar tanto como ela! Digo, já vi, sim, mas nunca vi alguém sambar tanto para tantos pôneis como ela!” – Ela tomou um fôlego de emoção, teve uma idéia brilhante – “E se eu começar a sambar para os novos pôneis que chegarem a Ponyville?!! Caraca, vai ser demais!! Eles vão ficar tão alegres e vão querer aprender a sambar comigo e… mas… eu não sei sambar! Preciso de alguém que me ensine! É isso! Vou procurar alguém para me ensinar, e, só assim, vou poder ensinar aos outros, que esses que aprenderam vão ensinar aos outros, que os mesmo vão ensinar os outros, que vão ensinar os outros, que vão ensinar os outros, que vão ensinar os outros, que vão ensinar os outros, –”
“AHH! QUÊ QUI SÊ QUÉ, CRIATURA?!” ▬ Applejack não aguentava mais o falatório da pônei rosa. Ela tinha coisas mais importantes para fazer. – “Num vê qui tô trabaiando?!”
“Sério? Parecia que você estava sendo soterrada por maçãs…”
Applejack gruniu e puxou seu chapéu para baixo, tentando tapar seus ouvidos.
“Afe, Applejack! Mau começou o dia e já tá nervosa, bufando tudo e todos? Acredito que seja pelo excesso de trabalho. Já pensou em tirar férias?”
“Apenas mi diga o qui qui cê qué, Pinkie… Qui qui cê vêio fazê aqui na fazenda à essa hora da minhã?”
” “O que eu vim fazer aqui?” Hm….” ▬ Pinkie coçou o queixo, pensativa ▬ “O que eu vim fazer– AH! Lembrei! Vim aqui de dar um bom dia!”
Silêncio. A pônei laranja ficou encarando a pônei rosada.
“Hã… Cumé?”
“É! Vim aqui te dar um bom dia!”
“Só isso?”
“Sim, só isso! Ah! E bom dia, Applejack!” ▬ E Pinkie virou as costas e saiu saltitando alegremente de volta para vila.
Applejack ficou alguns segundos olhando para a pônei rosada. Seguido de um grunido exausto, jogou-se em cima das maçãs caídas. ▬ “Ai, Celestia… Será um dia looongo…”
O céu, aos poucos, adquiria o tom azul celeste. O sol já aparecei por cima das montanhas. Enquanto Applejack olhava para as nuvens, um cisco azul rápido passou em sua frente, deixando um leve rastro de arco-íris por trás.
“Tá dando mole, Lydia?! Mexe esse flanco gordo aí que vai esmagar essas maçãs!!”
Applejack levantou-se da maçãs rapidamente e berrou alto, ▬ “Már mi dêxa, diacho!”.
O cisco azul saiu gargalhando, apenas deixando para trás um rastro colorido.
“Már será o impossívêr qui toda Êquéstria resorveu acordá cedo hoji?!! Arrê!!” ▬ Virou as costas, bufando, e andou até a colheita de maçãs.
Alt + 22 = ▬
Nessa curta cena demonstrou os defeitos principais das personagens. Pinkie Pie, por ser alegre e energética, seu descontrole em falar demais e o que não é necessário faz os outros perderem a paciência, aponto de tentarem não ouvir mais ela.
E Applejack, por ser uma pônei esforçada e trabalhadora, seu nervosismo e impaciência flui quando não levam seu trabalho a sério ou quando o interrompem. Com isso, ela acaba ficando nervosa, até mesmo irritada com isso.
Mas não quer dizer que os personages são ruins ou só tem má qualidades. Você decide o que acrescentar neles. Demonstrar defeitos neles farão parecer mais reais, mais vivos. Todos tem defeitos, ninguém é perfeito. É nesses defeitos, e nessas qualidades, que nos fazem únicos. Assim como os personagens que você escolhe ou que você cria.
=> Criação de Personagens:
O primeiro passo para a criação de personagens é algo que já tocamos bastante lá em cima: pessoas (ou pôneis com personalidades humanas, e vice-versa) tem vantagens, defeitos e manias; estes três itens são indispensáveis.
Caso se sinta mais à vontade criando alguém parecido com você, vai na fé. É até mais fácil e economiza uma quantidade enorme de tempo para a criação. Mas o problema vem em seguida: se você tira todas as características suas, vai sobrar muito pouco para adicionar nas outras personagens.
Ironicamente, é muito mais fácil criar uma boa quantia de personagens se você pegar suas características e dividí-las igualmente. Você é conhecido por ser teimoso, falta de inocência, ser bom com as pessoas, ser extrovertido, ser aventureiro, ter a cabeça quente e falar demais? Que bom! Significa que você pode criar sete personagens diferentes usando apenas suas características!
Quando faltar características para outros personagens que você queira criar, pode-se usar personalidades de amigos(as), ou até mesmo conhecidos(as). Pegue tudo que sabe sobre eles(as) e divida nas personagens; há algumas características em comuns que não precisam ser repetidas, mas quanto mais diversificado, melhor; sem cair em contradição, claro.
É bom deixar claro que “características” ou “personalidades” engloba VANTAGENS, DEFEITOS e MANIAS! E não apenas uma delas.
Se algum dos seus amigos tiver traços, por exemplo, de TOC (Transtorno obsessivo-compulsivo) e sua história for de comédia, você tem uma das coisas que farão os leitores rirem, bastando usar sem exageros.
Toda a fórmula dita acima trata a solução de um dos maiores problemas vistos em personagens de fics: os(as) “Mary Sues”.
Personagens “Mary Sues” é toda personagem “perfeitinha” demais, aquela que não tem defeitos, não tem manias ou desvantagens, que é amada por todo mundo, que é bom em tudo.
Uma personagem esforçada é ótimo, uma Mary Sue não.
Na escolha de raças de pôneis, há as seguintes que são determinadas oficiais: Pégaso, Unicórneo, Terrestre, e Alicórneo.
Unicórneos são pôneis que possuem um chifre em suas testas. Esse chifre tem habilidades místicas de executarem magias como de levitação, teleporte e até viagens no tempo! São muito inteligentes e tentam resolver seus problemas de forma mais lógica possível. Por usarem magia para qualquer tipo de afazeres pessoais, são mais conhecidos por serem seres graciosos e elegantes. Não são muito de usar a força bruta e preferem permanecer com os “pés-no-chão”. Tem uma personalidade forte(independente do que for) e expressam de forma deliberada quando a tensão e o nervosismo forem grandes ou algo sai errado do que planejara.
Terrestres são pôneis normais, que não possuem asas, nem chifres mágicos. Por serem incapazes de voar ou de usar magia, suas vantagens são sua força e velocidade. Por treinarem mais coices e correrem em grande velocidade do que Pégasos(que treinam apenas seus vôos e os músculos de suas asas) e Unicórneos(que treinam suas magias e suas inteligências com leituras e memorização de magias), são mais fortes e mais rápidos que ambos. São mais esforçados em conseguir o que quer por pôrem mais “mão-na-massa” e não dependem de asas ou magias para fazerem coisas mais simples ou complicadas para eles. Por terem emoções ou impulsos mais controlados que muitos Unicórneos e Pégasos, são facilmente vistos como pôneis pacientes e muito educados. Mas isso varia de personagem a personagem.
Alicórneos são pôneis com asas e chifres. Eles são a representação das três raças principais unidas: Pégaso, Unicórneo e Terrestre. Assim como possui várias vantagens e qualidades dos três, também possuí suas desvantagens e defeitos. É impossível ter tudo de cada. Dificilmente um Alicórneo é forte como um Pônei Terrestre se ele treinar apenas vôo ou é inteligente como um Unicórneo se ele não estuda.
Suas características ou personalidades são um pouco misturadas já que pode possuir a paciência de um Terrestre e a impaciência de um Pégaso. Definir suas características e personalidades; vantagens e desvantagens; qualidades e defeitos; ficam totalmente ao seu critério.
Alguns autores vêem Alicórneos como Divindades, seres divinos. Dificilmente se vê Alicórneos como cidadãos ou habitantes normais de cidades(grandes ou pequenas). Por serem a unção das três raças, numa união harmônica, possuem um diferente papel nas histórias do que as outras três raças comuns.
Criou um personagem? Ótimo, agora não tire a essência desta sem nenhuma razão! Esse erro é estupidamente comum e condena em diversas histórias.
Tem uma personagem tímida e fraca? Não a faça ser extrovertida e forte sem nenhuma explicação convincente, ou seus leitores não aceitarão tão facilmente.
Crie seus personagens de um jeito, atentando a todas as suas características. Lembrar que eles são mutáveis, mas não mutantes, e deve saber usá-los da forma mais aceitável possível. Parece o óbvio, mas em muitas obras isso não segue nem mesmo tal óbvio.
=> Ambiente:
A localização do ambiente não é necessária ser tão óbvia assim; ela pode servir como uma espécie de mistério(descrição dos locais sem identificação, pensamento em conjunto com os personagens) e, às vezes, é necessário que o leitor não saiba mesmo onde o personagem está. Por exemplo: um personagem foi abatido e acordou enquanto era carregado. É óbvio que você vai descrever tudo que ele vê e todo lugar por onde ele passa, mas nem sempre é bom falar onde está acontecendo, ou boa parte da essência cai para fora.
O ambiente pode ser descoberto junto com o personagem, descrevendo aos poucos os itens ou objetos de cena que ele vê no cenário presente. O estilo varia de autor pra autor.
=> Tempo e Espaço na História:
Não apenas é ideal saber do tempo em que se passa a história, como também não se deve cometer deslizes em relação a ele. Se a história se passar somente em Equestria, é tudo mais fácil, por conta de que o passado é bem parecido com o presente em My Little Pony, exceto algumas coisas como a de que anos atrás não existia Ponyville e há mais de 1000 anos atrás, quando Luna não havia sido banida na lua, não existia Equestria. O resto é liberdade total até que vire Canon(oficial) e isso ainda depende da vontade do escritor de realmente se basear em “canonices”. O resto é pura e livre liberdade.
Mas se envolver o mundo humano, precisa saber de trocentas coisas, como as vestimentas da época, a tecnologia, a forma de agir de homens e mulheres, as modas da época… e por aí vai. Se passar no presente, ainda possa ser que cometa o erro de “tecnologias ultrapassadas”, mas é mais difícil. Sendo um conto de época, precisa retratar bem a época que deseja descrever em sua história.
Obras que retratam a antiga Equestria são ótimas, porque não há quase nada Canon(oficial). Se o problema for a liberdade, pois vai ter, e muita, caso se apegue a isso. E é o que recomendamos para escritores que não querem limitações e, ao mesmo tempo, não gostam de criar uma “dimensão paralela” ou “portais tridimensionais”.
Organização Textual:
=> Narração:
Narração é um tipo de texto que relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço, organizados por uma narração feita por um narrador.
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a história.
Tudo depende do tipo de narrador que você representa na e durante a história. No caso, podemos tentar identificar o seu tipo de narrador. Os mais comuns são: Narrador-personagem, narrador-observador e narrador-onisciente.
O narrador-personagem conta na 1ª pessoa a história da qual participa, além como narrador, também como personagem.
Ele tem uma relação íntima com os outros elementos da narrativa. Sua maneira de contar é fortemente marcada por características subjetivas, emocionais. Essa proximidade com o mundo narrado revela fatos e situações que um narrador de fora não poderia conhecer. Ao mesmo tempo, essa mesma proximidade faz com que a narrativa seja parcial, impregnada pelo ponto de vista do narrador e do personagem.
O tempo verbal(passado ou presente) na narração varia de autor para autor, fica ao seu conforto escolher.
Exemplo de narrador-personagem:
O narrador-observador conta a história do lado de fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações do personagem. Ele conhece todos os fatos e, por não participar deles, narra com certa neutralidade, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. Não tem conhecimento íntimo dos personagens nem das ações vivenciadas.
O tempo verbal(passado ou presente) na narração varia de autor para autor, fica ao seu conforto escolher.
Exemplo de narrador-observador:
O narrador-onisciente(comumente conhecido como “Narrador Deus”), varia o uso da 3ª Pessoa com 1ª pessoa, há momentos narrativos que descreve como 3ª, outros como 1ª. Esse narrador conhece todo o pensamento de todos os personagens, sabe onde tudo está acontecendo, como está acontecendo e por quê está acontecendo, além de conseguir mostrar coisas que os personagens não tem acesso, como uma armadilha mais a frente. Tem também o narrador que está lá em terceira pessoa e é mais como um personagem “invisível”. Nesse caso o que você fará será a descrição de tudo o que os personagens estão vendo e, a depender da ocasião, nem de tudo assim.
O tempo verbal(passado ou presente) na narração varia de autor para autor, fica ao seu conforto escolher.
Exemplo de “Narrador Deus”:
Aí viria uma das possíveis perguntas: Qual é a narração certa, a correta?
Simples: Nenhuma delas.
Não existe “narração certa” e, sim, a adequada.
Em “Admirável Mundo Pônei”, fanfic do usuário Fluttershy, usa uma mistura; o narrador não é onisciente e nem onipresente; ele é apenas onisciente na maior parte da narração, mas pode passar a ser em terceira pessoa, saindo da primeira pessoa(assim como ocorre em “Narrador Deus”). Isso não é uma redação, então o escritor tem completa liberdade para escrevê-la.
Ainda assim existem dois grandes problemas que não podem ser cometidos em nenhuma das três ocasiões (narrador-onisciente, narrador-personagem e narrador-observador) no quesito “ambiente”:
O primeiro problema é esquecer de descrever algo de grande importância; os personagens tem o total direito de não notarem em tudo, mas o narrador não pode fazer isso se for necessário que algo seja perceptível para o bem da história.
O segundo problema é exatamente o inverso: a descrição de “enrolation” de coisas desnecessárias ao redor.
Que tenha uma vela caída em uma das mesas, um pedaço de carvão jogado perto da lareira ou uma mosca que pousou em cima do frango do jantar; a pergunta é: É relevante? É necessário? Vai mudar alguma coisa na história? Se não, você tá cometendo a velha “encheção de linguiça” e se busca isso apenas para deixar o texto maior, está agindo errado, muito errado.
Você até pode fazer esses detalhes oriundos caso sua história necessite esses detalhes para transmitir emoção, mas sempre no bom senso e sem exagero. Se não, o texto fica muito parado e cansativo de ler.
Mas há uma coisa que pode ser adicionado aqui também: o fato da importância da narração.
Por quê é importante a narração e a descrição em uma Fanfic?
Fluttershy(membro e moderador deste fórum) comentou uma vez no tópico da fanfic da membra Rari3(ou Rarity), “Eu Quero Acreditar”, algo bem simples: “diálogos são bons, pensamentos melhores ainda e narração é o suprassumo”.
Porque é isso mesmo. Um dos maiores erros que escritores cometem é encher de diálogos e acharem que está suprindo. Não, não está. Ao mesmo tempo que a narração, às vezes, pode ser exagerada; nenhum dos extremos é bom.
=> Descrição:
Descrever é caracterizar alguém, alguma coisa ou algum lugar através de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É “fotografar” com palavras.
No texto descritivo, por isso, os tipos de verbos mais adequados (mais comuns) são os verbos de ligação(SER, ESTAR, PERMANECER, FICAR, CONTINUAR, TER, PARECER, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as características – representadas linguisticamente pelos adjetivos – aos seres caracterizados – representados pelos substantivos.
Ex. O pássaro é azul.
1 – Caractarizado: “pássaro”
2 – Caracterizador ou característica: “azul”
O verbo que liga 1 com 2 : “é”
Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se referem às características não-físicas do caracterizado).
Ex.: Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (carcterização subjetiva).
A descrição vem junto com a narração e é de fundamental importância também. Assim como a narração e diálogos, o exagero também não é bem-vindo. Óbvio que muitos autores não iriam concordar com isso, como o próprio Tolkien, que escreve muito, mas leva três a cinco páginas para descrever o formato de uma montanha ou que tal personagem subiu a colina(!), mas aí é mais questão do público-alvo: a maioria das pessoas prefere uma descrição mais branda, do tipo que sirva o suficiente para identificar o que está lá; outros preferem um pouco mais que isso, mas sem exagero, com “enrolation” ou “Tolkienismo”.
Apartir daqui dá para tirar a decisão final.
Mas o que podemos dizer de antemão é que a descrição é MUITO importante na/para história e esta só acontece se houver narração. Justamente, por conta disso, que o excesso de diálogos não é legal. O autor NUNCA deve usar o diálogo excessivo visando escapar da narração, até porque torna a leitura rápida (obrigatoriamente rápida) e confusa pois, se sabe o quê tais personagens falaram, mas não sabe quem está fazendo o quê, dando idéia que os personagens conversam um com o outro parados, sem se mexerem.
O uso excessivo de diálogos se torna aceitável somente se as coisas estiverem acontecendo muito depressa, como uma perseguição ou qualquer coisa que contenha adrenalina. Mas, ainda assim, a narração prevalece, mesmo que seja apenas três ou cinco linhas de narração e/ou descrição.
=> Como identificar um texto narrativo e um texto descritivo?
Eis um exemplo de um texto que tirei do nossa curta histórinha com Applejack e Pinkie Pie lá no começo, em “Escolha de Personagens”:
=> Dinamicidade:
“Dinamicidade” vem de “dinâmico”, que se refere ao movimento, a energia, o troca-troca.
Quando você faz trocas de cenas para outras que estavam acontecendo no mesmo momento ou horas mais tarde depois do ocorrido, ocorre uma dinamicidade entre cenas e acontecimentos, deixando a história mais dinâmica, mais envolvente.
Cortes temporais são ótimos para descanso do leitor E do escritor, pois não são todos que tem a capacidade de escrever um capítulo em uma sentada e o interrompimento de uma escrita aleatoriamente causa grandes chances de uma variação positiva na qualidade da escrita.
Para o leitor, funcionam como um momento de pausa. Óbvio que toda divisão de capítulos traz isso naturalmente, mas, a depender do tamanho do capítulo, o leitor não consegue ler numa lapada só uma única cena ocorrendo, então os cortes servem bem para os intervalos, fazendo o leitor “acordar” de que há outras situações e revira-voltas ocorrendo neste exato momento da história.
Além disso, funcionam bem para o passar de uma cena para outra quando o escritor termina de contar um momento importante para história e deixa o leitor puto da vida por ter passado para outra cena nada haver com a situação atual.
Um exemplo de cortes(temporais ou não) numa história é quando um personagem seu está conversando algo sério com um amigo. Ele, por exemplo, acabara de perder um emprego e se encontra arrasado para enfrentar situações difíceis financeiramente. Seu amigo está tentando consolá-lo com uma conversa amigável, que tudo dará certo e que ele tem pessoas que se preocupam com ele e que podem ajudá-lo.
De repente, há um “corte na cena” onde a esposa do amigo está lavando os pratos na cozinha, se perguntando onde estará seu marido, imediatamente pensando que ele esteja no bar até tarde, enchendo a cara com os amigos e colegas de trabalho.
Isso é dinamicidade, é a arte do troca-troca de cenas, de mostrar outros lados de uma situação ou visões diferentes entre personagens e o leitor.
Outro exemplo de dinamicidade numa história, além de cortes temporais, são cenas que envolvem multíplos diálogos entre mais de um personagem, podendo ser uma conversa de três a seis personagens ao mesmo tempo.
Cenas com mais do que três pessoas (pôneis?) são demasiadamente pesadas de escrever, com muitas pessoas(pôneis?) se mexendo e conversando, muitas ações para descrever e narrar, tornando chato não só para o escritor(por ter que escrever muito) como também para o leitor(por ter que ler muito o que o escritor escreveu). Nada impede de fazer uma cena perfeitamente boa com muita gente(pôneis?) junta, mas o ideal é que evite/controle bem essas cenas com muitos participantes ativos durante o decorrer da trama.
Como Começar a Escrever:
“Como eu começo?”: sim, faz parte do planejamento para a criação de suas primeiras linhas e palavras, mas assim como o fim, tem grande importância e precisa ter os mínimos detalhes pensados. Se teve uma idéia, pense se ela pode ser usada no início; sendo boa ou não, não descarte-a: pode ser que esta seja útil mais a frente e aí, só lhe resta a pensar no início.
Mas há algumas coisas básicas, como o fato que o início tem que ser atrativo para os leitores, aquela velha coisinha de “primeira impressão”, ou a história não tem muito futuro. Ela pode melhorar, tornando-se a melhor fic de todos os tempos, mas se não começar aceitavelmente bem, poucas testemunhas vivas sobrarão para defender tal ideia, então é bom pensar em um início que prenda o leitor e aí a liberdade é livre: pode ser por ação, drama, originalidade, “bizarrice”, cena engraçada… não importa.
O que realmente importa é que o resultado de tudo isso seja um início com louvor e que você tenha orgulho ao escrever.
Agora, sem mais delongas, vamos começar a planejar sua primeira história:
=> Planejamento: Muitos dizem que isso é algo desnecessário em muitas histórias, que foram escritas improvisadas na maior parte, mas a falta de planejamento na história pode causar alguns problemas como:
Finais-meio e finais-epílogo: O primeiro são os finais que acontecem aleatoriamente, quando a história está no clímax, quando o mocinho está prestes a ficar com a mocinha ou o vilão finalmente terá o cruel destino que merece, e simplesmente termina. O segundo são os finais que acontecem bem depois do que deveriam, inclusive estes são BASTANTE comuns. Os dois são ruins e podem causar um grande “baque” na imagem do escritor.
Abandono da história: existem escritores que não conseguem escrever de forma improvisada por muito tempo e chega um momento que não conseguem mais improvisar, consequentemente desistindo e chamando erroneamente de “Writer’s Block”(ou “Bloquei Mental”).
=> Originalidade: Costumamos dizer que ser original não é um atributo TÃO necessário assim e, por mais que você se esforce para pensar em uma grande ideia, provavelmente alguém já pensou antes de você(histórias com bronies ou humanos em Equestria? É, muitos já tiveram essa idéia). É um dos fatores do porquê de considerar boas histórias serem melhores que as que se apegam pela originalidade da mesma. Temos certeza que não somos os únicos nesse mundo a pensar dessa forma.
Não se deve prender ao original porque, até mesmo se for REALMENTE original, não é o suficiente para caracterizar como uma boa história. O ideal é que você tenha uma boa idéia, mas que saiba desenvolvê-la. Não estou dizendo para apelar para o clichê ou coisa do tipo, mas também não deve achar que uma ideia é ruim só porque já foi usada outras vezes. Quem busca perfeccionismo na escrita, dificilmente vai a algum lugar.
“Minha história é boa ou não?”: Sinceramente? Quem deve dizer isso é o próprio escritor para si mesmo. Se não se sente bem com a sua história, desista, porque dificilmente você vai conseguir passar o que realmente quis nela.
Claro, não precisa achar que sua história é “A Melhor Fanfics De Todos os Tempos” ou “O Suprassumo da Fodasticidade”, porque isso também causaria o problema de não ver falhas em certos pontos em sua fic e, quando estas forem citadas e apontadas por seus leitores, você possivelmente não irá aceitá-las.
Mas a modéstia exagerada também enche o saco. Se não acha que está escrevendo algo bom e nem se sente bem ao escrever, minha dica é que pare. Não vale o esforço e forçar só piora.
=> Atualizações: Nunca abandone a história por muito tempo, pois você pode perder leitores fiéis. E parece que não, mas atualizações frequentes demais podem ser uma faca de dois gumes no futuro: se você atualizar mais de uma só vez, seus leitores ficarão exigentes e se eles ficarem exigentes, você pode acabar se forçando a escrever qualquer coisa somente para saciar tais exigências. Not good, not good at all.
Caso a história seja grande e/ou você leve muito tempo para escrever, é bom deixar avisado ao leitor. Que atualize de dois em dois meses, mas se o leitor não tiver tal informação, vai acabar desistindo pela lentidão da história, então não engane-o: seja sincero e diga que o intervalo entre capítulos é/pode ser grande.
Leu tais dicas e tem uma ideia em mente? Está cofiante de si mesmo e da história? Está com a mão coçando para meter dedadas em seu teclado velho? Ponha em prática e mete bronca!
Boa sorte, pequeno Padawan!